Manancial abastece 1,4 milhão de habitantes
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Um dos principais reservatórios de água da Região Metropolitana de São Paulo, que passa pela Capital e por cidades do Grande ABC - Santo André, São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra-, a Represa Billings completa hoje cem anos de história. O manancial, que possui aproximadamente 150 km² de área e 463 km de margens, abastece 1,4 milhão de habitantes, de acordo com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de Paulo).
“A Represa Billings tem uma importância estratégica e multifuncional para o Grande ABC. Sem o reservatório Billings e a geração de energia elétrica, as empresas não teriam segurança para instalar seus empreendimentos na região. Isso deu suporte e confiabilidade para elas. São benefícios que se estendem às esferas ambiental, social, energética e urbana”, ressalta o gerente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia de São Paulo), Admilson Barbosa.
Entretanto, a Represa Billings não nasceu para essa finalidade. A ideia era desenvolver um projeto de produção de energia. A intensa urbanização e crescimento industrial da Região Metropolitana de São Paulo, especialmente do Grande ABC, nas primeiras décadas do século XX causaram uma crise no fornecimento de energia. Foi então que formas de ampliar a produção energética começaram a ser pensadas.
Admilson Barbosa explica que na época a empresa canadense Light buscava soluções para ampliar a geração de energia elétrica - a Emae é desde 1998 sucessora do Sistema Light. Foi então que a empresa pediu um projeto para o funcionário e engenheiro Asa White Kenney Billings, que, no dia 27 de março de 1925, idealizou o projeto da represa que receberia seu nome.
“A Light iniciou a construção do reservatório Billings, com o objetivo de armazenar águas represadas do Rio Grande (também conhecido como Jurubatuba) e de outros mananciais da bacia do Alto Tietê. Essas águas seriam desviadas para a Usina Hidrelétrica Henry Borden, em Cubatão, aproveitando o desnível da Serra do Mar para a geração de energia elétrica”, conta o executivo.
A construção iniciou-se com o Dique do Rio das Pedras em 1925, resultando na inundação da área em 1927. Posteriormente, em 1937, a Light construiu o Dique do Rio Grande. A estrutura inicial da represa consistia em barragens e diques que represaram os rios Grande e das Pedras, criando um reservatório capaz de desviar as águas por meio de um canal chamado Summit Control para o Córrego das Pedras, que descia a serra até Cubatão.
Ao longo dos anos, a Represa Billings passou por diversas modificações e ampliações para atender às crescentes demandas da Grande São Paulo.
ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Além da geração de energia, o reservatório Billings posteriormente assumiu outras funções importantes e a característica de uso múltiplo, como o controle de enchentes e o abastecimento de água para a população do Grande ABC e Baixada Santista. As águas do Reservatório Billings passaram a ser utilizadas para abastecimento público, iniciando-se, em 1958, a captação de água no braço do Rio Grande. “Isso demonstra a transformação da Represa Billings de um reservatório destinado exclusivamente à geração de energia elétrica para um manancial multifuncional”, afirma Admilson Barbosa.
USINAS DE ENERGIA
Hoje o complexo Henry Borden, localizado no sopé da Serra do Mar, em Cubatão, é composto por duas usinas de alta queda (720 metros), denominadas de Externa e Subterrânea, com 14 grupos de geradores. Já a Usina Elevatória São Paulo tem como objetivo reverter o curso das águas dos rios Tietê e Pinheiros, para serem encaminhadas à Usina Elevatória Pedreira e depois ao Reservatório Billings. A usina possui quatro unidades de bombeamento.
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