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Andreense, do grupo Rumo, lança primeiro álbum solo

Multifacetado, José Carlos Ribeiro promove audição de dez novas músicas, sábado, na Capital

Lays Bento
14/05/2025 | 22:20
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FOTO: Arquivo pessoal


Um novo ato da Vanguarda Paulista, que marcou a MPB nos anos 1980, está prestes a se tornar realidade. Morador de Santo André e integrante do grupo Rumo, tradicional à época do movimento, José Carlos Ribeiro é o responsável pelo lançamento nesta sexta-feira (16), nas plataformas de áudio, do álbum de dez faixas Ná Ozzetti canta Zécarlos Ribeiro. A iniciativa é um marco na carreira solo do compositor e também arquiteto de 70 anos, que vê a oportunidade como “forma de documentar o trabalho de músicas atemporais”. 

Segundo ele, seu chamado à música aconteceu em 1973. Nascido em São Paulo e morador de Minas Gerais durante parte da infância, Ribeiro viveu a juventude nas origens paulistanas, quando conheceu os irmãos Luiz e Paulo Tatit durante a graduação na USP (Universidade de São Paulo). Foi ao som do violão que a paixão pela música nasceu. “Depois de um tempo nos reunindo, criamos o grupo. Lembro que na época era, sobretudo, difícil lançar álbuns, já que o som dependia de cair nas graças de gravadoras”, comenta o compositor, que se desdobra na escrita das canções, vocais, percussão e no dedilhar dos violões.

De acordo com ele, o grupo Rumo ainda se mantém, mas com apresentações esporádicas. A banda ficou cravada na história musical do País com os hits Ladeira da Memória, Falta Alguma Coisa, Bem Alto, Jackson Jovem e Quero Passear. 

No projeto solo, Ribeiro se reconhece agora também como produtor geral, fechando trabalho com a Distribuidora Tratore – a maior de música independente no Brasil.

O lançamento no streaming será acompanhado por uma audição do álbum no dia seguinte, sábado. O encontro deve reunir admiradores do trabalho do Rumo e da Vanguarda Paulistana na Rua Fidalga, 521, na Vila Madalena. onde funciona a Sala Crisantemo. 

São esperadas as participações de outros importantes nomes da MPB contemporânea, como Tulipa Ruiz, Geraldo Leite, Pedro Mourão e Danilo Penteado. 

TRAJETÓRIA E AMBIÇÃO

A noite do evento, segundo ele, celebra um empenho iniciado há três anos, quando as gravações independentes surgiram. A participação de Ná Ozzetti para dar voz às faixas, na visão do compositor, foi escolha acertada pela familiaridade com o trabalho dele. “A participação (dela) com a Rita Lee e obras grandes sempre serão um referencial para mim. Ela é uma cantora por excelência, que marcou a banda, acompanhou minha trajetória e cantou junto comigo há muito tempo”, destaca. 

O ponto alto da audição é está reservado à performance da faixa Tantas, que misturará, enfim, os vocais de ambos os músicos. Ao lado de Nana, o artista pretende expandir o repertório ao alcance do público. A busca é por portas abertas “nas prefeituras, Sescs, Sesis e em demais circuitos culturais mais alternativos e abertos a este tipo de arte”, afirma. 

Em seu estilo, Ribeiro persevera pelo canto falado – um dos diferenciais aplicados em seu trabalho musical. “O Jorge Ben era mestre nisso. É um item levado extremamente em consideração quando falamos de composição de letras. Sobretudo, é um elemento indispensável para recordar e se atentar à vida mesmo: penso que, quando falamos, por si só já há música. Nossas palavras são arte, entre texto e os sons que reverberam”, diz.




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